Como Negociar com Empresas de Cobrança.

Nos Estados Unidos, é prática comum que empresas transfiram dívidas de clientes duvidosos para entidades de cobrança especializadas, conhecidas como “Debt Collectors”, Cobradores de Dívidas em tradução livre. Essas empresas adquirem essas dívidas com descontos substanciais, assumindo os riscos associados à recuperação do montante devido. Conscientes da incerteza que envolve o recebimento, frequentemente adquirem essas dívidas a preços reduzidos, o que abre margem para negociações favoráveis aos devedores. Além disso, há regulamentações que protegem os devedores.

Antes de iniciar qualquer negociação com um cobrador de dívidas, é crucial que o devedor conheça a natureza da dívida e planeje uma proposta realista. Importante observar que a Regra de Cobrança de Dívidas do CFPB (Consumer Financial Protection Bureau) entrou em vigor em 30 de novembro de 2021. No passado, os cobradores se utilizavam de todas as táticas, algumas constrangedoras, como alto-falantes em frente a casa do devedor. Hoje essa atividade está regulamentada.

Para se preparar efetivamente para negociar um acordo de pagamento com um cobrador de dívidas, considere a seguinte abordagem em três etapas:

1.   Conheça a Dívida

Qualquer cobrador de dívidas que entrar em contato para cobrar uma dívida deve fornecer informações específicas. Isso inclui o nome do credor, o montante devido e a oportunidade de contestar a dívida ou solicitar o nome e endereço do credor original, caso diferente do atual. De acordo com as regras, os devedores têm o direito de contestar dívidas e pedir informações adicionais ao cobrador. Caso haja incerteza sobre a origem da dívida ou seu montante, é aconselhável buscar esclarecimentos. Se o devedor contestar a dívida por escrito dentro de 30 dias após a notificação de validação, o cobrador não pode mais entrar em contato sem fornecer uma verificação escrita da dívida.

2.   Planeje uma Proposta Realista de Pagamento ou Liquidação

Caso o devedor opte por fazer uma proposta de pagamento, é essencial manter a honestidade em relação à capacidade financeira. Priorizar outras dívidas é crucial, pois o atraso em outras contas pode acarretar problemas adicionais. Recomenda-se elaborar um resumo das receitas mensais e de todas as despesas, incluindo o valor destinado a cada pagamento de dívida. É prudente deixar uma margem para despesas imprevistas e emergências. Caso seja necessário, os conselheiros de crédito, muitas vezes fornecidos por organizações sem fins lucrativos, podem oferecer orientações valiosas. Desconfiança é recomendada em relação a empresas que prometem renegociar ou alterar termos de dívidas.

3.  Determine o Valor Total

Ao planejar uma liquidação, é importante estabelecer um valor total a ser pago para quitar a dívida. Isso pode ser uma quantia fixa ou uma série de pagamentos. É fundamental não se comprometer com um montante que não possa ser honrado. Além disso, é aconselhável não efetuar pagamentos sem antes consultar um advogado. Deve-se também considerar o "prazo de prescrição" vigente em seu estado, para evitar ações inadequadas.

Considerações Finais

Caso você não se sinta confortável negociando com um Debt Collector, o ideal é consultar seu advogado e deixar que ele lide com a cobradora. É importante ter cautela em relação a empresas que exigem pagamento antecipado para liquidar dívidas. Negociar com empresas de liquidação de dívidas pode ser arriscado, visto que algumas prometem mais do que podem cumprir. Além disso, pode ocorrer a recusa de credores em colaborar com a empresa de liquidação de dívidas escolhida, tornando a liquidação ineficaz em muitos casos.

Mais informações? escreva para vitale@focoamerica.com

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